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Jovens Indígenas, Quilombolas e Caiçaras se organizam pelo Território

“pisa ligeiro, pisa ligeiro,

quem não pode com a formiga

não assanha o formigueiro...”

No dia 25 de setembro, na Comunidade Caiçara de São Gonçalo, em Paraty (RJ), mais de 20 jovens indígenas, quilombolas e caiçaras organizaram uma roda de conversa. Na segunda reunião, no dia 17 de outubro, no Quilombo do Campinho, foram cerca de 30 jovens avançando na organização do Núcleo Jovem do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT).

Encontro de São Gonçalo – 25 de setembro de 2015

Nesta primeira roda de conversa, o objetivo foi pautar suas demandas e iniciar uma organização jovem cada vez mais sólida dentro do FCT. Nesta roda de conversa estavam jovens do Quilombo do Campinho, Quilombo Santa Rita do Bracuí, Comunidade Caiçara da Praia do Sono, Comunidade Caiçara de São Gonçalo, Comunidade Caiçara do Pouso da Cajaíba, Aldeia Sapukai, Aldeia Paraty Mirim e Aldeia Araponga.

Preservar é Resistir - Juventude

Dialogaram sobre a história do território, desde a abertura da Rodovia Rio-Santos (BR101) até a especulação imobiliária, seus impactos e imposições, que marginaliza as comunidades, viola seus direitos, mata a cultura tradicional e, cada vez mais, desarticula a juventude – a qual é obrigada a sair de sua comunidade em busca de estudo e trabalho, fragilizando sua identidade.

Para compartilhar seus conhecimentos sobre seu território, sobre si próprios e sobre suas esperanças, cada jovem escreveu em um papel suas respostas a perguntas geradoras: o que você sabe sobre seu território; o que você faz; o que espera para sua comunidade; o que espera desse encontro. Todos reconheceram a resistência e a luta dos mais velhos. A maioria dos jovens trabalham com/para a comunidade ou na comunidade. A esperança de todos passa pela sustentabilidade, conquistas e autonomia. Todos esperam um fortalecimento do território.

Concluiu-se que é possível encontrar formas de fortalecer a luta, convivendo com as novas tecnologias e com o desenvolvimento tecnológico, usando-o ao seu favor. Expressaram a importância dos jovens continuarem esta luta, valorizando todo o histórico de resistência da região. As falas dos jovens convergiram para o fortalecimento das suas identidades culturais, das práticas nas comunidades, da preservação cultural, ambiental e social diferenciadas, como um direito, fortalecendo a união destes povos e comunidades. Também foi apresentado o edital da etapa livre para a participação da juventude de povos e comunidades tradicionais na Conferência Nacional da Juventude de 2015, que será realizada do dia 16 ao 19 de dezembro, em Brasília (DF).

Encontro no Quilombo do Campinho – 17 de outubro de 2015

O encontro seguinte do Núcleo Jovem foi realizado no Quilombo do Campinho, com a presença de cerca de 30 jovens quilombolas, indígenas e caiçaras. Na parte da manhã, construiram uma linha de tempo sistematizando seus conhecimentos sobre o território desde a década de 1950 até o momento atual, marcando os grandes empreendimentos e mudanças no ordenamento jurídico do território, os impactos nos modos de vida de suas comunidades, os acontecimentos relevantes e os desafios do cenário atual.

Na parte da tarde, depois de um delicioso almoço quilombola, começaram a ser formuladas as visões que fundamentam a atuação do Núcleo Jovem. Um dos temas estratégicos tratados foi a situação da comunicação no território. Estes jovens caiçaras, quilombolas e indígenas estão visivelmente cada vez mais unidos e organizados para atuar no presente e no futuro do seu território. Força jovens!

Fotos: Comunicação FCT

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